sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Discurso proferido por Sua Excelência o Presidente da República, na Cerimónia de Entrega de Cartas Credenciais pelo Embaixador da União Europeia, Sua Excelência Senhor José Manuel Pinto Teixeira, Palácio da Presidência da República, 12 de Outubro de 2012


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Excelentíssimo Senhor Embaixador,
Excelentíssimo Senhor Ministro das Relações Exteriores,
Excelentíssimos Senhores Colaboradores da Presidência da República,
Excelentíssimos Senhores Diplomatas,
Excelentíssimos Senhores Colaboradores da União Europeia,
Excelentíssimos Senhores Jornalistas,
Minhas Senhoras e meus Senhores,

Senhor Embaixador,

É com imensa satisfação que recebo as Cartas que acreditam Vossa Excelência na qualidade de Embaixador Plenipotenciário da União Europeia junto do meu País, o que muito nos honra.


Como sabe Vossa Excelência, as relações entre Cabo Verde e a União Europeia começaram praticamente com a Independência de Cabo Verde e, desde então, é de justiça reconhece-lo, elas pautaram-se sempre pelos melhores padrões e, para a satisfação de todos nós, elas foram ganhando, a cada ano, nova dinâmica e maior dimensão em quase todos os sectores da vida nacional cabo-verdiana, quer seja a nível político, económico, cultural, social e, nos últimos anos, estratégico, também.

Podemos, pois, considerar que o nosso relacionamento tem sido exemplar e está assente, antes de tudo, no respeito mútuo e na partilha, consciente, de valores políticos, religiosos e culturais. Temos bocados de história comum. Não será difícil perceber que originariamente (a gesta inicial) não somos filhos de Descartes, Kant ou Heidegger. Mas não será um absurdo dizer, ao jeito de Steiner, que também nós, cada um de nós, teremos sido tocados pela “herança do hebreu” (“o desafio monoteísta”, “a definição da nossa humanidade enquanto diálogo com o transcendente”, “o conceito do livro supremo”, “a noção do direito como algo inextricável em relação aos mandamentos morais”).

O relacionamento político com a União Europeia, conquanto parceiro estratégico do desenvolvimento do meu país, constitui hoje, uma realidade quase que incontornável da sua política externa.

Defendemos, efectivamente, os mesmos valores da Democracia, de Liberdade e dos Direitos Humanos e a promoção da Boa Governação, da Paz, da Segurança e da Luta Contra a Pobreza e o Terrorismo.

Lutamos igualmente contra o tráfico ilegal de armas, pessoas e bens, bem como o tráfico de droga e a emigração clandestina, o que poderá incentivar ainda mais a cooperação policial e judiciária com a União Europeia.

Do ponto de vista económico, mais de 70% das trocas comerciais de Cabo Verde são feitas com os países da União Europeia.

Milhares dos nossos cidadãos trabalham e residem nos países europeus.

Apesar das dificuldades conjunturais por que passam alguns dos países membros da União Europeia, Cabo Verde continua confiante no futuro do nosso relacionamento.

Senhor Embaixador,

Gostaria de me referir agora ao projecto que nos é caro a todos: a Parceria Especial que, desde 2007, acredito, tem sido a pedra angular do nosso relacionamento. Quero expressar palavras de encorajamento e estímulo a Vossa Excelência, para que se empenhe numa sua progressiva realização.

Também sei que que a Parceria para a Mobilidade, a que mais expectativa tem criado no seio da nossa população, poderia resultar, quiçá, a breve trecho, na assinatura de um Acordo para a facilitação de vistos a nacionais cabo-verdianos, o que muito nos satisfaz.
Senhor Embaixador,

Para terminar, gostaria de felicitar Vossa Excelência pela sua acreditação como Embaixador no meu país e desejar qua a sua missão seja bem-sucedida e que possa efectivamente representar mais um forte impulso no relacionamento entre a União Europeia e Cabo Verde, que desejo seja mais estreito e sólido.

Muito obrigado. 

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