terça-feira, 1 de outubro de 2013

Mensagem de Sua Excelência o Presidente da República, Jorge Carlos de Almeida Fonseca, por ocasião do Dia Internacional dos idosos 01 de Outubro de 2013

Dia Internacional dos idosos
O Dia Internacional do Idoso representa, certamente, a celebração da vida. Estar e conviver com pessoas – sejam familiares, vizinhos ou conhecidos – que muito já viveram e muito têm para presentear no circuito permanente de renovação que é a vida, é um benefício da história e sintetiza, em si, um conjunto importante de avanços alcançados pela humanidade; é, sem dúvida, uma espécie de símbolo do progresso humano.

O número de pessoas idosas está, felizmente, a elevar-se no mundo todo; muito mais do que o de qualquer outra faixa etária. Conforme o Relatório do Fundo de População das Nações Unidas, lançado há precisamente um ano, “no mundo todo, a cada segundo 2 pessoas celebram seu sexagésimo aniversário – em um total anual de quase 58 milhões de aniversários de 60 anos. Uma em cada 9 pessoas no mundo tem 60 anos de idade ou mais, e estima-se um crescimento para 1 em cada 5 por volta de 2050: o envelhecimento da população é um fenómeno que já não pode mais ser ignorado”.

Todavia, apesar de conhecida e reconhecida a importância que os idosos vêm assumindo nas sociedades actuais, inclusive na nossa, - onde já contribuem com sensivelmente 8% da população total e têm assumido papel basilar no seio familiar, tanto ao nível material como moral, exercendo influência central, muitas vezes em substituição dos pais biológicos -, são inúmeros os desafios que se põem a esta faixa etária, de forma particularmente acentuada em tempos de dificuldade, como o tempo presente.


A assumida importância dos idosos na sociedade cabo-verdiana e o facto de terem sido introduzidas melhorias importantes em termos de políticas para esta faixa etária, nomeadamente com a aprovação da Carta de Política para a Terceira Idade, não suprimem a realidade de muitos dos nossos velhos que vivem em condições que precisam ser em muito melhoradas. Vivem com carência de rendimento; experimentam uma grande ausência de práticas e serviços de atendimento diferenciado; enfrentam um défice de infra-estruturas direccionadas a que gozem de autonomia e bem-estar; sofrem com o progressivo enfraquecimento de laços familiares, ficando alguns mesmo em situação de desamparo e solidão.

Assim, no Dia Internacional do Idoso, aproveito a oportunidade para instar as entidades governamentais e seus parceiros a uma acção mais concertada no domínio da assistência à terceira idade e ao processo de envelhecimento, no seu todo, de modo a que reforcemos os progressos feitos até aqui e cientes de que, apesar do feito, muito mais necessita ser feito e que devemos estar cada vez mais preparados para as mudanças demográficas anunciadas. As nossas acções, neste sentido, devem estar amparadas por projecções de longo prazo, por uma ética política e social solidária e justa e por claros exercícios económico-financeiros.

Clamo à Família e comunidades que tudo façam de modo a dignificar as pessoas idosas, assegurando condições de sua participação social activa, defendendo sua liberdade, autonomia e bem-estar e criando formas agradáveis de viver esta fase da vida.

A todos os idosos, nas ilhas e na emigração, presto, hoje, deste modo, uma singela homenagem pela perseverança perante a vida, às vezes difícil, e pela contribuição ao nosso país.



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