No
dia de hoje todas as atenções estão voltadas para um dos elementos mais importantes
da nossa sociedade: a criança cabo-verdiana. Nas escolas,nas famílias, nas
comunidades, hoje, celebra-se um dia que a todos, mesmo todos, diz respeito.
Fomos, somos ou estamos permanentemente envolvidos
por crianças. Em casa, na escola, na rua, o nosso contacto com crianças (abandonadas
ou não) é uma constante.
Esta
importante fase da vida acompanha-nos sempre, não apenas porque estamos
permanentemente rodeados de crianças, mas também e essencialmente, porque trazemos
no nosso íntimo a criança que um dia fomos.
Este
sentimento renova-se em mim, no quotidiano, através do relacionamento com a
minha filha de nove anos e no contacto proporcionado pelas inúmeras e
irrequietas visitas de crianças de diversos jardins e escolas ao palácio da
Presidência.
Ao
longo dos tempos a criança tem ocupado um lugar central na nossa sociedade. Na
família, na comunidade, na escola sempre a criança teve um lugar de destaque. O
dia de hoje é, assim, um dia de festa. Um dia de celebração, durante o qual
pais e professores desdobram-se em gestos de carinho e amizade para com os
pequeninos. Passeios, espectáculos, presentes, guloseimas enfeitam o dia que merecidamente
é dedicado aos cidadãos de palmo e meio.
No
entanto, não podemos negar que a comunidade, a família, a escola estão a mudar.Seguramente
estão bem diferentes do que foram nos tempos em que os pais e professores
actuais, foram crianças.
As
mudanças sociais são muitas e rápidas. Coisas muito boas e outras bastante
problemáticas ocorrem a todo o tempo. A escola e a família, dois espaços
essenciais ao desenvolvimento da criança, apresentam naturais dificuldades para acompanhar o ritmo das transformações e a grande complexidade que, por vezes,
assumem ainda que continuem a ser pilares fundamentais.
Disfunções
sociais e familiares, por vezes, deixam as crianças indefesas, desamparadas,
sendo mesmo vítimas de abandono, violência diversa, abusos e maus tratos. É
necessário, ainda que doloroso, reconhecer que por vezes tais atentados ocorrem
no seio de determinadas famílias, o que lhes confere um carácter
particularmente traumático.
Esforços
no sentido de coibir e punir tais práticas, de propiciar às famílias condições
que melhor lhes permitam assumir o seu papel social e de proporcionar à escola
os instrumentos que a habilitem a acompanhar as transformações em curso, são
fundamentais nos tempos que correm.
Medidas
de políticas sistemáticas de protecção efectiva da criança, particularmente da
abandonada e da inserida nas famílias mais pobres, são decisivas para que ela
possa crescer de modo saudável e gozsar de forma adequada uma fase
importantissima da sua vida.
Por
essa via assegura-se a criação de condições para que os direitos e deveres da criança
sejam efectivamente assumidos e para que o futuro de país não seja hipotecado.
Viva
o dia da Criança
Viva
Cabo Verde
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