sábado, 1 de junho de 2013

Mensagem de S.E. o Presidente da República, por ocasião do dia 1 de Junho, Dia da Criança. Praia, 01 de Junho de 2013



No dia de hoje todas as atenções estão voltadas para um dos elementos mais importantes da nossa sociedade: a criança cabo-verdiana. Nas escolas,nas famílias, nas comunidades, hoje, celebra-se um dia que a todos, mesmo todos, diz respeito.

Fomos, somos ou estamos permanentemente envolvidos por crianças. Em casa, na escola, na rua, o nosso contacto com crianças (abandonadas ou não) é uma constante.


Esta importante fase da vida acompanha-nos sempre, não apenas porque estamos permanentemente rodeados de crianças, mas também e essencialmente, porque trazemos no nosso íntimo a criança que um dia fomos.

Este sentimento renova-se em mim, no quotidiano, através do relacionamento com a minha filha de nove anos e no contacto proporcionado pelas inúmeras e irrequietas visitas de crianças de diversos jardins e escolas ao palácio da Presidência.

Ao longo dos tempos a criança tem ocupado um lugar central na nossa sociedade. Na família, na comunidade, na escola sempre a criança teve um lugar de destaque. O dia de hoje é, assim, um dia de festa. Um dia de celebração, durante o qual pais e professores desdobram-se em gestos de carinho e amizade para com os pequeninos. Passeios, espectáculos, presentes, guloseimas enfeitam o dia que merecidamente é dedicado aos cidadãos de palmo e meio.

No entanto, não podemos negar que a comunidade, a família, a escola estão a mudar.Seguramente estão bem diferentes do que foram nos tempos em que os pais e professores actuais, foram crianças.

As mudanças sociais são muitas e rápidas. Coisas muito boas e outras bastante problemáticas ocorrem a todo o tempo. A escola e a família, dois espaços essenciais ao desenvolvimento da criança, apresentam naturais dificuldades para acompanhar o ritmo das transformações e a grande complexidade que, por vezes, assumem ainda que continuem a ser pilares fundamentais.

Disfunções sociais e familiares, por vezes, deixam as crianças indefesas, desamparadas, sendo mesmo vítimas de abandono, violência diversa, abusos e maus tratos. É necessário, ainda que doloroso, reconhecer que por vezes tais atentados ocorrem no seio de determinadas famílias, o que lhes confere um carácter particularmente traumático.

Esforços no sentido de coibir e punir tais práticas, de propiciar às famílias condições que melhor lhes permitam assumir o seu papel social e de proporcionar à escola os instrumentos que a habilitem a acompanhar as transformações em curso, são fundamentais nos tempos que correm.

Medidas de políticas sistemáticas de protecção efectiva da criança, particularmente da abandonada e da inserida nas famílias mais pobres, são decisivas para que ela possa crescer de modo saudável e gozsar de forma adequada uma fase importantissima da sua vida.

Por essa via assegura-se a criação de condições para que os direitos e deveres da criança sejam efectivamente assumidos e para que o futuro de país não seja hipotecado.

Viva o dia da Criança
Viva Cabo Verde

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