Excelentíssimo Senhor Embaixador,
Excelentíssimo
Senhor Ministro das Relações Exteriores,
Excelentíssimos
Senhores Colaboradores da Presidência da República de Cabo Verde,
Excelentíssimos
Senhores diplomatas,
Excelentíssimos
Senhores colaboradores da Embaixada dos Países Baixos
Excelentíssimos
Senhores jornalistas,
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Senhor
Embaixador,
Ao desejar a V.
Excelência as boas vindas ao meu país, gostaria de, nesta ocasião solene,
realçar quão importantes são, para Cabo Verde, as relações de amizade e de
cooperação com os Países Baixos.
Assim, é com
imensa satisfação que tenho a honra de receber as Cartas que acreditam Vossa
Excelência na qualidade de Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário do
Reino dos Países Baixos em Cabo Verde.
Permita-me expressar
– lhe, Excelência, em nome da estimada Comunidade Cabo-Verdiana residente no
vosso país, sentimento de sincera amizade e reconhecimento ao Povo e à Família
Real Holandesa, que tão bem souberam acolher em seu solo os primeiros
emigrantes cabo-verdianos que para lá emigraram, nos anos cinquenta, à procura
de uma vida melhor.
Aqueles tempos
constituem referências incontornáveis da história do relacionamento entre os
nossos dois povos e países e do próprio processo de desenvolvimento de Cabo
Verde.
Hoje, volvidos
mais de sessenta anos de relacionamento humano exemplar entre os nossos dois
povos, apesar das diferenças culturais existentes, o facto é que a nossa comunidade
ali residente se encontra perfeitamente integrada na sociedade holandesa e vem
contribuindo, pelo seu trabalho abnegado e de forma digna, para o
desenvolvimento dos nossos dois países.
Senhor
Embaixador,
O relacionamento
político-diplomático entre Cabo Verde e o vosso país é excelente.
O nível da nossa
cooperação bilateral intensificou-se e diversificou-se de forma sensível ao
longo dos anos e a Holanda tem sido, de facto, um parceiro atento, cujos
reflexos são sentidos em todas as etapas de desenvolvimento do meu país, o qual
pôde conhecer melhorias em vários domínios, alcançando uma situação que lhe
permitiu sair do grupo dos países menos avançados para uma etapa superior.
Não obstante
esta graduação a país de rendimento médio, a economia cabo-verdiana apresenta
ainda muitas vulnerabilidades.
Assim, esperamos
poder continuar a contar não só com o apoio solidário do Governo Holandês,
expresso, é certo, noutras modalidades de cooperação, como também com o da
Comunidade Internacional, com vista à adopção de novos mecanismos de apoio para
que possamos enfrentar os desafios que se nos apresentam, mormente quando se
enfrenta uma crise económica e financeira de magnitude jamais vista, a qual
constitui, compreensivelmente, sério entrave à concretização dos planos de
desenvolvimento de todos os países, particularmente daqueles economicamente
mais frágeis, como Cabo Verde.
Senhor
Embaixador,
Ultrapassada a
fase de Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD), Cabo Verde enveredou
decididamente para a economia de mercado. Agrada-me pois verificar que se quer
privilegiar as vertentes económica e empresarial das nossas relações, sendo
disso testemunho projectos como o Acordo Aéreo recentemente rubricado e que
deverá permitir o aumento dos voos directos entre Cabo Verde e os Países
Baixos, com reflexos directos no aumento do comércio, no fluxo do intercâmbio
cultural e desportivo e em vantagens visíveis para a nossa comunidade, e a
“Construção do Terminal de Cruzeiros de S. Vicente”.
Senhor
Embaixador,
A globalização
também trouxe consigo aspectos altamente preocupantes para as nossas
sociedades. O tráfico de estupefacientes e de pessoas, a criminalidade
organizada, o terrorismo e a pirataria marítima são alguns desses males, contra
os quais devemos travar sério combate.
De igual modo,
outro objecto de grande preocupação para as Autoridades Cabo-verdianas é a
situação de instabilidade na qual se encontram alguns países da costa oeste-africana,
nomeadamente o Mali e a Guiné Bissau, países com os quais Cabo partilha as
mesmas organizações sub – regionais, como por exemplo o CILSS e a CEDEAO.
Como seguramente
é do conhecimento de V. Excelência, Cabo Verde condenou os golpes militares
ocorridos nos dois países atrás mencionados e tudo tem feito, na medida das
suas possibilidades e no âmbito das decisões emanadas das Organizações
Internacionais competentes, para contribuir para a reposição da legalidade e da
ordem subvertida nesses países.
Essa nossa
diligência justifica-se pelo facto de o meu país ser contrário à resolução dos
conflitos pela força, preferindo a via do diálogo e do entendimento para esse
efeito. O meu país, a exemplo dos Países-Baixos, defende a paz e promove a
defesa dos direitos humanos e dos princípios e valores do estado de direito
democrático. Estes são os valores também conformadores da nossa política
externa.
Senhor
Embaixador,
Gostaria ainda
de sublinhar a importância de que se reveste para Cabo Verde poder ver elevado
a um grau superior as nossas relações tanto a nível político-diplomático quanto
de cooperação. Para tanto, julgo ser do nosso interesse a criação de um
mecanismo de consulta bilateral, que pudesse reunir-se periodicamente, conforme
conviesse.
Aproveito
igualmente para agradecer todo o apoio dispensado pelas Autoridades holandesas,
no processo negocial da Parceria Especial Cabo Verde/União Europeia e esperamos
poder contar de novo com o vosso engajamento no desenvolvimento da Parceria
para a Mobilidade.
Para terminar,
permita-me felicitar o Senhor Embaixador pela sua nomeação como Embaixador
Extraordinário e Plenipotenciário do Reino dos Países Baixos em Cabo Verde e
desejar que a sua Missão seja bem sucedida, tando do ponto de vista pessoal
como familiar e profissional, podendo V. Excelência contar com a total
disponibilidade pessoal e institucional do Presidente da República, no
desempenho das suas novas funções .
Muito obrigado.
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