Senhor
Presidente da República de Angola, Excelência
Senhora Dra. Ana Paula dos Santos, Excelência
Senhor Vice – Presidente, Excelência
Senhores Membros
do Governo de Angola, Excelências,
Senhor Ministro
das Relações Exteriores da República de Cabo Verde, Excelência,
Senhor Chefe da
Casa Civil, Excelência,
Altas
Autoridades Angolanas, Excelências,
Senhoras e
Senhores Deputados, Excelências,
Senhoras e
Senhores Membros da delegação de Cabo Verde, Excelências,
Senhoras e
Senhores Jornalistas,
Ilustres Convidados,
Minhas senhoras
e meus senhores,
Por feliz
coincidência, coube – me a honra e o privilégio de realizar esta minha primeira
visita oficial à República de Angola nas vésperas do dia em que o Povo Angolano
se prepara para festejar, com toda a legitimidade, mais um aniversário da sua
Independência Nacional, facto que me leva, de imediato, a apresentar as mais
vivas felicitações a esta grande Nação e ao seu valoroso Povo que, ano após
ano, vem registando progressos assinaláveis na construção de uma Pátria livre e
próspera, para todos os angolanos.
Ao agradecer o caloroso
acolhimento reservado a mim e à delegação que me acompanha, nesta bela e
emblemática Cidade de Luanda, as simpáticas palavras de boas vindas que nos
foram dirigidas, gostaria, também, de solicitar a V. Excelência que
transmitisse a todo o Povo Angolano o abraço amigo do Povo irmão das Ilhas de
Cabo Verde.
Senhor
Presidente,
Ilustres
convidados,
As profundas
relações existentes entre os nossos Povos inscrevem-se nos trilhos por vezes
paradoxais que a História vai construindo, acabando, não raras vezes, por
conduzir a resultados por vezes inesperados ou mesmo opostos aos preconizados
por aqueles que se julgam ou julgavam condutores da História.
As raízes das
relações entre Angola e Cabo Verde mergulham na lógica do sistema colonial que
obrigou cabo-verdianos a demandarem terras angolanas.
É essa mesma
lógica que, ao contribuir para o nascimento e desenvolvimento da sua antítese,
as lutas de libertação nacional, veio dar início a relações que foram se
solidificando ao do tempo, proporcionando-lhes uma qualidade nova, uma dimensão
antes insuspeitada.
Paradoxalmente,
foram nessas condições adversas que se forjaram os laços de amizade e de
solidariedade que até hoje nos unem, malgrado a distância geográfica e o grande
oceano que nos separa e apesar das nossas culturas e idiossincrasias próprias.
Se condições
adversas nos colocaram, num mundo em ebulição permanente, nas mesmas trincheiras,
lutando contra todos os obstáculos que à nossa emancipação completa se
ofereceram, os caminhos que hoje juntos edificamos, resultam de opções claras,
de propósitos firmes estribados em valores que nos são muito caros como a
liberdade, a igualdade e a justiça.
É, pois, justo,
que eu faça uma menção especial a duas figuras incontornáveis da história da
libertação do nosso Continente e que percorreram o caminho que levou à
consolidação dessa relação ímpar que perdura entre os nossos povos. Refiro – me
a Agostinho Neto e a Amílcar Cabral. Dois valorosos combatentes, visionários,
que tão bem souberam construir as bases para as relações de amizade e de
cooperação hoje existentes entre Cabo – Verde e Angola.
Senhor
Presidente,
Minhas Senhoras
e meus Senhores,
No âmbito da
política externa, é com agrado que se regista a convergência de posições em
muitos dos dossiers candentes, tanto
a nível internacional quanto continental e regional, o que propicia que os
nossos agentes diplomáticos se concertem, com regularidade, sobre como melhor
defender posições comuns nos fora internacionais, no seio dos PALOP, da UA, da
CPLP, ou da ONU e suas agências especializadas.
Mais. Ambos
defendemos, por exemplo, o primado da paz e do diálogo como meio privilegiado
na resolução dos conflitos.
Por essa razão,
preocupa-nos o que se está a acontecer em Moçambique, aproveitando esta ocasião
para reiterar o nosso apelo à comunidade internacional e às partes envolvidas
para que sejam procurados caminhos de diálogo susceptíveis de conduzir à paz,
tão essencial aos anseios mais profundos dos moçambicanos.
No que respeita à
Guiné Bissau, auguramos, para breve, a realização de eleições gerais o que,
esperamos, possa contribuir para o regresso à normalidade constitucional nesse
país.
Também nos preocupam,
sobremaneira, o aumento da pirataria marítima no corredor do Atlântico Sul, os
tráficos ilícitos, o crime organizado transnacional e o terrorismo, fenómenos contra
os quais os nossos países estão firmemente empenhados, de modo a fazer
prevalecer o respeito por princípios como os do estado de direito e o respeito
pela legalidade internacional.
Senhor
Presidente,
Excelências,
Apesar do
contexto de crise económica e financeira internacional, é com satisfação que atesto
que Angola continua na senda do progresso, apresentando taxas de crescimento assinaláveis
em quase todos os sectores; esperamos assim continue para o bem do país e do
seu Povo.
Manifesto, ainda,
a minha satisfação por saber que a República de Angola ascenderá, brevemente, à
categoria de País de Rendimento Médio, prelúdio do papel cada vez mais
relevante que esta Nação será chamada a desempenhar na cena internacional.
Excelências,
Minhas senhoras e meus senhores,
Como sabem, Cabo
Verde foi, há bem pouco tempo, graduado a País de Rendimento Médio, facto que
muito nos orgulha. Todavia, dado à fragilidade estrutural da sua economia,
temos a consciência de que, nesta etapa, o país continuará a necessitar dos
apoios dos países amigos e das Organizações internacionais, especialmente neste
contexto de crise.
Senhor
Presidente,
Excelências,
Caros amigos,
As relações políticas
e diplomáticas entre Cabo Verde e Angola são excelentes.
Todavia, como
costumo dizer, é sempre possível fazer mais e melhor. Acredito que temos todas
as condições de impulsionar as nossas acções de cooperação em todos os sectores,
com destaque para o empresarial, económico, financeiro, da ciência e a
tecnologia, dos transportes.
Temos todas as condições para fazer com que a
cooperação nessas áreas acompanhe a dinâmica que conhece a vertente político –
diplomática dessa cooperação, quando sabemos que existem espaço, vontade
política e um quadro jurídico institucional favorável à sua concretização.
Temos, acredito firmemente, as condições para uma cooperação exemplar,
verdadeiramente paradigmática, entre dois países do «Sul».
E necessitamos
que elas se concretizem em benefício das nossas Nações e seus respectivos
Povos.
Para esse efeito,
posso assegurar a Vossa Excelência todo o apoio institucional e empenho e
amizade pessoais do Presidente da República de Cabo Verde.
Senhor
Presidente,
Ao agradecer o
amável e honroso convite que se dignou me endereçar para visitar oficialmente o
seu País, gostaria, nesta oportunidade, de expressar o meu desejo de também vos
receber em Cabo Verde, numa visita de Estado, em data que melhor conviesse a V.
Excelência, o que, a ocorrer, seguramente, representaria uma grande honra para
o meu país e mais um sinal inequívoco da excelência que pretendemos atravesse o
«território» das nossas relações globais.
É, pois, aguardando
o vosso assentimento a uma visita a Cabo Verde e na certeza de que sucederá uma
nova largada na nossa cooperação que gostaria de levantar o meu copo para
brindar:
Primeiramente, à
saúde de Vossa Excelência e de sua Digníssima Esposa Dra. Ana Paula dos Santos.
Igualmente, à
saúde do Senhor Vice – Presidente e de sua Digníssima Esposa.
Saúdo, ainda, a
todas as altas personalidades angolanas e cabo – verdianas que quiseram nos
honrar com as suas presenças amigas nesta tarde.
Finalmente,
Excelência, permita – me formular um desejo: que o cálice da felicidade, da
prosperidade e da amizade entre os Povos de Angola e de Cabo Verde, transborde.
Viva Angola
Viva Cabo Verde
Viva a amizade
angolano-cabo-verdiana!
Obrigado.
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