A Família, esse reduto de todas as pessoas, de todas as
idades e em todas as circunstâncias, é a base da nossa sociedade, o alicerce e
o retrato do nosso país. É no seio dela que aprendemos a ser gente, a adquirir
valores e que nos tornamos cabo-verdianos.
Num mundo cada vez mais complexo, cada vez mais diferenciado
e em mudança constante, contrariamente ao que muitos defendem, a família, nos seus
diversos formatos e modelos, continua a ser o porto mais seguro. É ela que
garante a necessária estabilidade numa época de rápidas transformações.
Naturalmente que, enquanto estrutura que proporciona a
ligação entre o individuo e a sociedade, ela também reflecte as consequências
das mudanças contínuas. Por isso, não considero adequada alguma tendência, que
tem havido, de culpabilização dessa importante instituição, por fenómenos
sociais, sem dúvida negativos, mas que claramente a ultrapassam.
A Família tem responsabilidades na edificação de uma
sociedade mais fraterna, mais humana e baseada em valores como solidariedade,
tolerância, respeito pela diferença? É claro que sim. O seu papel continua a
ser inestimável.
É verdade que à família cabe desempenhar, com zelo, na
plenitude possível, as suas responsabilidades de cuidar, de proteger e de
transmitir valores e modelos positivos de vida. Mas culpabilizá-la, em
exclusivo, pelas grandes dificuldades e distorções que afectam a nossa
sociedade, incluindo a própria Família, talvez não seja o caminho mais adequado
e certeiro.
Neste dia, em que singelamente homenageio este pilar fundamental
da nossa sociedade, queria reforçar a minha profunda convicção de que os
desígnios da nosso país não poderão concretizar-se sem que a família cabo-verdiana
encontre, de facto, o rumo da felicidade para todos os seus filhos.
As nossas famílias já deram provas de uma invejável
capacidade de vigor e de resistência, mas necessitam cada vez mais,
especialmente, na difícil conjuntura actual, de medidas de política que as
protejam e as promovam, assegurando, assim, as necessárias condições para
continuarem a assumir as suas responsabilidades e o seu inestimável papel para
todas as pessoas, de todas as idades e em quaisquer circunstâncias.
Viva as Famílias cabo-verdianas.
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