sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Discurso proferido por Sua Excelência o Presidente da República, por ocasião da apresentação de cumprimentos de Ano Novo pelo Governo, Praia, 11 de Janeiro de 2013


Excelências
Senhor Primeiro-Ministro,
Senhores Membros do Governo,
Minhas Senhoras e meus Senhores,

Gostaria, em primeiro lugar, de lhe desejar, Senhor Primeiro-Ministro, à sua família e aos seus colaboradores, as maiores venturas no ano que acaba de se iniciar.

Este ritual, que todos os anos se renova, tem, para além dos importantes aspectos simbólico e protocolar, o condão de propiciar um contacto entre responsáveis, a diversos níveis, pelos destinos da nossa Terra. Embora fugaz, ele serve, de algum modo, para reforçar o compromisso sublime de tudo se fazer para que a vida da nossa gente melhore no dia-a-dia e a sua felicidade seja, cada vez mais, um estado autêntico.


Na qualidade de Presidente da República, interpreto os desejos ora formulados, como votos endereçados a toda a Nação, que tem a base nas ilhas e por limite as sete partidas do mundo, e, nessa perspectiva, os recebo com profundo respeito. 

Sr. Primeiro-Ministro,
Minhas senhoras e meus senhores,

O ano de 2012 foi sem dúvida um ano importante, durante o qual um acontecimento político marcante, as eleições autárquicas, legitimou as equipas que, nos vinte e dois municípios, responderão pelos destinos dos munícipes nos próximos quatro anos.

Tal acontecimento foi, simultaneamente, uma decorrência do nosso sistema democrático e um grande catalisador da nossa democracia, pois mobilizou o país, de norte a sul, e importantes segmentos da nossa diáspora.

O grande envolvimento das pessoas, organizações e entidades foi a nota dominante da disputa e um indicador da vitalidade do nosso sistema político, não obstante as limitações a serem ultrapassadas.

Acredito que a renovação dessa legitimidade é particularmente importante num contexto em que se pretende descortinar novos caminhos para o poder local autónomo, uma das grandes aquisições do nosso processo democrático, na perspectiva do seu fortalecimento e aprofundamento.

É nossa convicção mais profunda que esse reforço do poder local pode ser determinante na realização e no aprimoramento progressivo da participação política e social dos nossos cidadãos, e, portanto, no reforço da própria democracia, por um lado, e, por outro, que será decisivo nas respostas a possíveis consequências menos boas das dificuldades económicas e financeiras que a todos afligem. A confiança manifestada aos autarcas nas últimas eleições, aliada à disponibilização de meios, com critérios de equilíbrio e equidade, poderá ajudar a enfrentar, de forma mais serena, dificuldades que poderão surgir.

Senhor Primeiro-Ministro,

Temos, ao longo das nossas intervenções junto das populações, das entidades de classe e diversos agentes políticos e sociais, defendido que a congregação de forças, o envolvimento de todas as capacidades da Nação, do país e da diáspora, são fundamentais para vencermos o desafio do desenvolvimento e da justiça social.
Entendo que cabe, em primeira linha, ao Estado apontar caminhos, delinear políticas e criar as condições para que as potencialidades existentes sejam aproveitadas da melhor forma.

Para as diversas áreas de actividade da sociedade cabe ao Estado indicar sentidos claros dos objectivos e das metas a serem alcançados, de acordo com os meios disponíveis e as opções democraticamente sufragadas.

De entre essas condições atenção especial devem merecer as soluções que permitam ao cidadão libertar as suas competências, potenciar a sua criatividade para que possa assumir maior protagonismo em toda a linha, aliviando o indivíduo da dependência do Estado e este de determinados encargos.

É claro que um pressuposto básico de todo esse processo será a criação de um clima de debate, claro e plural, sobre as diversas matérias que preocupem os cidadãos e sobre as diferentes proposições de solução que possam existir.

Acredito, firmemente, que nesse processo, que chamaria de libertador, poderá residir grande parte das nossas possibilidades de, necessariamente aliado a outros ingredientes, enfrentar, de vez, os obstáculos que têm condicionado o nosso desenvolvimento.

No fundo tratar-se-ia de procurar estabelecer um adequado equilíbrio, entre as vertentes pública e privada ou individual, novas formas de lidar um com o outro, formas mais integradoras e ajustadas.

Excelências,

Como tenho afirmado, o cabo-verdiano está talhado para enfrentar dificuldades e vencer desafios.

É por isso que estou firmemente convencido de que, fortificados por esse tenaz espírito batalhador, estaremos prontos para enfrentar, de forma criativa, as possíveis dificuldades e para aproveitar as oportunidades que surjam ou que possamos criar.
É a esta força, que nos caracteriza, que nos valerá, sobretudo num ano como este, realisticamente difícil. Neste ano, nas circunstâncias já sobejamente enunciadas, em todas as áreas o interesse nacional deve sobrepor-se a todos os outros; deveremos pois, todos, mobilizar as energias, os meios e vontades para, juntos, enfrentarmos os desafios que se impõem, confiantes na possibilidade de construir o Cabo Verde desenvolvido, justo, solidário, a democracia avançada, o Estado de direito de cariz social moderno, o país competitivo com que todos sonhamos.

Senhor Primeiro-Ministro,

Agradeço, sensibilizado, as palavras que me dirigiu e desejo que o seu empenho e os dos seus ilustres colaboradores, no sentido de responder aos desafios que se colocam ao país, sejam coroados de êxito.
Reafirmo a minha total disponibilidade para, no quadro das minhas atribuições, tudo continuar a fazer para congregar todas as energias nacionais em prol da nossa Terra, em benefício das nossas gentes.

Que 2013 seja um ano de muito sucesso para todos.

Muito obrigado.

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