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Senhor Decano do Corpo Diplomático, Excelência,
Senhoras e Senhores Embaixadores e Representantes de Organizações Internacionais, Excelências,
Senhoras e Senhores diplomatas,
Senhoras e Senhores colaboradores da Presidência da República,
Senhoras e Senhores membros da Comunicação Social,
Excelências,
Gostaria de agradecer, em meu nome e em nome do Povo de Cabo Verde, os amáveis votos que Vossa Excelência o Embaixador da República de Cuba, em nome do Corpo Diplomático acreditado em Cabo Verde, acaba de formular à minha pessoa, à minha família e ao Povo cabo-verdiano.
Retribuo,
com redobrado prazer, a Vossas Excelências, votos de muita saúde e êxitos
pessoais, familiares e profissionais, no ano de 2013, augurando ainda para que,
juntos, possamos prosseguir a conquista permanente das melhores soluções para
os problemas que nos afligem a todos e do reforço das relações de amizade e
colaboração entre os nossos países, num ambiente de paz e com prosperidade.
Senhoras
e Senhores Embaixadores,
O
ano de 2012, conforme o prenunciado no nosso encontro de há um ano, não foi
fácil.
Apesar
de tudo, em Cabo Verde, conseguimos atenuar um pouco os efeitos perniciosos da
crise internacional, em boa medida, graças à acção solidária e amiga de muitos
dos vossos países, aliada à proverbial capacidade de resistência e adaptação do
Povo cabo-verdiano.
Deste
modo, foi possível o normal desenvolvimento das diversas actividades no país,
sem grandes sobressaltos, com destaque para as eleições autárquicas que
encerraram um ciclo eleitoral iniciado com as eleições legislativas, seguidas
das presidenciais.
Excelências,
Senhoras e Senhores Embaixadores,
O
ano de 2012 foi o do meu primeiro contacto directo, na qualidade de Presidente
da República, com as pessoas de todos os municípios e de boa parte da
emigração. Para além de conhecer melhor as potencialidades e os desafios das
diferentes realidades, este contacto permitiu-me, também, observar e avaliar o
grande impacto que a cooperação internacional tem tido na melhoria das
condições de vida das populações deste país.
Igualmente,
neste quadro, foi possível avaliar as consequências negativas que uma crise com
as dimensões da actual tem provocado, e que poderá se acentuar mais ainda, no
seio das comunidades locais e nas condições de vida de boa parte dos nossos
emigrantes.
Neste
cenário de dificuldades, tenho exortado, pois, os diferentes responsáveis
locais e governamentais a desenvolverem redobrados esforços no sentido de uma
cada vez maior racionalidade na utilização dos parcos recursos existentes, bem
como no fortalecimento dos mecanismos de apoio social às camadas mais
vulneráveis da população.
Tenho
estendido os meus contactos aos diversos actores políticos e sociais, pois
entendo ser meu dever assumir plenamente, nos termos constitucionais, o meu
papel de líder da Nação particularmente num contexto que não se afigura fácil.
Mas,
se tenho apelado à solidariedade, tenho igualmente insistido na necessidade de
se adoptarem todas as medidas conducentes à criação de condições económicas
que, mesmo em tempos de crise, favoreçam a actividade empresarial e o
crescimento e previnam e atenuem a exclusão social.
Minhas
Senhoras e meus Senhores,
Há
alguns anos o nosso país vem agregando à sua tradicional condição de país de
emigração a de país, também, de imigração. Cidadãos de alguns dos países aqui
representados, escolheram Cabo Verde para viver e trabalhar. A sua contribuição
é de uma valia inegável em termos económicos e de uma extraordinária riqueza
nas esferas social e cultural.
Não
ignoramos que as nossas perspectivas de integração dos estrangeiros têm
conhecido dificuldades de concretização, por razões de ordem diversa. Por isso,
tenho estado atento a essa realidade e reunido, em determinadas circunstâncias,
com representantes da comunidade imigrada, justamente para melhor conhecer os
constrangimentos existentes e contribuir, junto dos demais responsáveis
políticos, para que estes sejam ultrapassados.
Senhor
Ministro, Senhoras e Senhores Embaixadores,
Na
esfera das relações exteriores, apraz-me mencionar as Visitas de Estado a
Portugal e a Timor-Leste e a participação na Cerimónia de Empossamento do
Presidente da República do Senegal, bem como a minha participação nos diversos
fora internacionais. Destaco: a Assembleia Geral da ONU (New York); a Cimeira
da União Africana (Addis Abeba); a Cimeira Extraordinária da CEDEAO (Dakar); a
Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável -“Rio +20”
(Rio de Janeiro) e a Cimeira da CPLP (Maputo).
Durante
tais acontecimentos tive o grato privilégio de dialogar com vários Chefes de
Estado e de Governo de países amigos e parceiros e em todos esses encontros
procurei transmitir a nossa preocupação em fazer vingar a ideia de que se deve optar
pela eleição e defesa de uma diplomacia para a paz e o desenvolvimento,
particularmente na nossa sub-região. A Paz e a estabilidade são condições
indispensáveis ao desenvolvimento harmonioso dos países membros da CEDEAO,
logo, questões sempre presentes na agenda de preocupações de Cabo Verde.
Balizado
pelos nossos princípios básicos, tenho procurado, nesses fora, levar as
contribuições da Nação Cabo-verdiana que tem sido exemplo de coragem e
determinação para ultrapassar obstáculos, num clima de paz e tranquilidade
social, com a finalidade de contribuir para a resolução dos problemas que
afligem a humanidade e estreitar as relações de amizade e cooperação com os
diversos parceiros e povos.
Como
é do vosso conhecimento, Cabo Verde assumiu, desde Julho de 2012, a presidência
dos PALOPs, organização dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa.
Pretendemos, nesta linha, conferir novo dinamismo a essa importante e histórica
organização e trabalhar para que, cada vez mais, a CPLP se concretize numa
comunidade de Povos, pois são as pessoas que dão sentido ao Estado e garantem a
perenidade dos valores considerados essenciais.
Minhas
Senhoras e Meus Senhores,
A
situação na África Ocidental preocupa-nos de forma muito particular. A
instabilidade reinante no norte do Mali, que nos últimos dias vem conhecendo
novos desenvolvimentos, é um destes acontecimentos que geram de evidente
preocupação. Importa mobilizar todos os esforços e meios da comunidade
internacional – sempre no respeito pelos ditames do direito internacional e com
base em critérios de legitimação de uma intervenção de tal natureza - para que
seja restabelecida a integridade territorial e a soberania do Mali, o que passa
também pelo combate decidido a forças extremistas e ligadas a tráficos que têm
contribuído para desestabilizar toda a região e a causar enormes sofrimentos e
perdas a populações indefesas e gente inocente.
As
inquietações existem porque, como bem sabem V. Excelências, são indicativo de que
a ausência de paz nos países do nosso Continente tem funcionado como elemento
pernicioso, desestabilizador e constitui um sério entrave aos projectos de
desenvolvimento económico, social, cultural e político dos Estados envolvidos e,
por consequência, aos legítimos anseios das populações ao progresso e ao
bem-estar.
Registamos,
assim, com imenso pesar, o recrudescimento da violência e instabilidade
político/ militar em vários países do Continente africano e em alguns países
árabes, amigos e parceiros, o que afecta, infelizmente, o saudável
desenvolvimento dessas Nações e da humanidade.
Senhoras
e Senhores Embaixadores,
O
ano de 2013, não obstante nossos desejos e esforços em contrário, poderá não
ser muito auspicioso para os nossos países. Considerar que 2013 pode vir a ser
um ano difícil, não é ser pessimista, tampouco, alarmista ou fatalista, mas,
sim, procurar encarar a realidade com objectividade, para, desse modo, estra
mais bem apetrechado para encontrar soluções e vencer desafios. As previsões de
Instituições Financeiras Internacionais com as quais Cabo Verde trabalha há
anos, alertam para períodos difíceis que, eventualmente, poderemos enfrentar.
Contudo,
quaisquer que sejam as previsões para o ano de 2013 e para além de quaisquer
considerações que sejam feitas sobre as mesmas, estou convencido de que o Povo
de Cabo Verde saberá, uma vez mais, dar provas de coragem, tenacidade e
criatividade suficientes, para enfrentar mais este desafio, com sucesso, como
aliás sempre fez ao longo de toda a sua história, como Nação e como Estado.
Senhor
Ministro, Senhoras e Senhores Embaixadores,
Não
duvidamos que a diplomacia Cabo-verdiana continuará s cada vez mais dinâmica e
inovadora.
Pretendo,
no decurso do ano de 2013, e no estrito âmbito de competências balizadas
constitucionalmente e que impõem uma acção de complementaridade entre o Chefe
de Estado e o Governo, conferir maior visibilidade e dinamismo ao nosso
relacionamento externo. Teremos de mobilizar mais vontades, imaginação e recursos
para fazer face às eventuais dificuldades adicionais.
Contamos
com a tradicional e decisiva contribuição dos países e organizações que
representam, nesta saga de contribuir para um mundo de paz, de liberdade, de
estabilidade e progresso e para um Cabo Verde cada vez mais desenvolvido,
solidário e inclusivo.
Excelências,
minhas Senhoras e meus Senhores,
Ao
reiterar os meus votos de sucessos a Vossas Excelências e às vossas Digníssimas
Famílias, peço-vos, finalmente, que transmitam aos governantes dos vossos
países todo o reconhecimento do Povo de Cabo Verde pela vossa permanente
solidariedade e cooperação, esperando poder continuar a contar com a mesma
disponibilidade ao longo de 2013.
Muito obrigado a todos.
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