Excelências:
Senhora Embaixadora,
Senhor Ministro das Relações Exteriores,
Senhoras e Senhores Colaboradores da
Presidência da República,
Senhores Diplomatas,
Senhores Colaboradores da Embaixada da
Austrália,
Senhoras e Senhores Jornalistas,
Senhora Embaixadora,
É para mim motivo de grande satisfação
receber de V. Excelência as Cartas que a acreditam na qualidade de Embaixadora
Extraordinária e Plenipotenciária da Austrália junto da República de Cabo
Verde.
Auguro que a missão de V. Excelência que
ora começa venha a ser coroada de êxitos e possa contribuir para
um conhecimento cada vez mais sólido e recíproco das realidades política, social e
cultural de cada um dos nossos povos e para um efectivo reforço das relações de
amizade e cooperação entre Cabo Verde e a Austrália.
A distância geográfica que nos separa
não deve constituir obstáculo a que trilhemos caminhos para o desenvolvimento e
para uma profícua relação de cooperação nos mais variados domínios da vida
nacional dos nossos países.Penso particularmente no domínio
político-diplomático onde, efectivamente, os nossos diplomatas têm procurado,
sempre que possível, apoiar-se mutuamente na troca de informações e na
concertação de posições no tocante à defesa de interesses comuns, como, por
exemplo, tem sido o caso nas candidaturas aos mais diversos postos e cargos em
Organizações Internacionais.
A educação, a formação universitária e
profissional, são outros sectores relevantes para a nossa cooperação e que
devem merecer toda a atenção dos Departamentos competentes.
Excelência,
Para além dessa real propensão ao reforço
do relacionamento a nível bilateral, CaboVerde e Austrália comungam também dos
mesmos princípios universais, como o da paz, da tolerância, do diálogo e da
resolução pacífica dos diferendos. Ambos são ainda defensores da democracia e
do estado de direito, pugnando pela defesa intransigente da liberdade e dos
direitos humanos.
Partilhamos a mesma visão no que à
introdução de reformas no Sistema das Nações Unidas diz respeito, por forma a que
esta nossa Organização esteja mais consentânea com a realidade política que se
vive no mundo de hoje.
De igual forma, lutamos contra o
terrorismo, a criminalidade transnacional, a pirataria marítima e os tráficos
de i) estupefacientes, ii) armase iii) de pessoas. Tais fenómenos são flagelos
contra os quais os nossos países têm de estar preparados e unidos para lutar tenazmente,
por forma a evitar a sua propagação, porque prejudiciais à estabilidade
politica e social dos nossos Estados, para além de representarem sérios entraves
ao processo de desenvolvimento dos nossos países. Luta que deve ser levada a
cabo, sempre no escrupuloso respeito dos princípios e regras do direito
internacional vigente.
Senhora Embaixadora,
O trágico acontecimento ocorrido no
passado dia 15 de Abril, em Boston, mereceu da parte das Autoridades Cabo-verdianas
a mais firme reacção de repúdio e de condenação, porquanto, como país amante da
paz e defensor do diálogo e da tolerância que é, Cabo Verde tem vindo a
condenar, de forma sistemática, todo e qualquer acto terrorista que atente à
vida e à liberdade das pessoas, à tranquilidade, à paz social e à ordem constitucional
das Nações.
Foi também por essas razões que Cabo Verde
condenou, desde o primeiro momento, os golpes militares ocorridos tanto na
Guiné-Bissau quanto no Mali e na República Centro Africana, apelando, na mesma
ocasião, para a reposição da legalidade institucional violada.
Também, por ser um Estado defensor do
primado da paz e da concórdia entre os Estados, preocupa-me sobremaneira o
recrudescimento da tensão militar que se regista na Península Coreana, pelo que
faço um apelo à contenção e insto as partes a que se privilegie a via do diálogo
para a resolução de qualquer diferendo.
Não obstante o facto de Cabo Verde ter enveredado por uma
economia de mercado e de ter sido graduado a país de rendimento médio, a sua
economia continua vulnerável, razão pela qual reiteramos o nosso apelo aos
países e organizações internacionais amigas para que não cessem de nos apoiar,
seguramente não mais no quadro da Ajuda Pública ao Desenvolvimento, mas noutras
modalidades, afim de não se comprometer os planos de desenvolvimento e o nível
de progresso já alcançados pelo país, mormente na presente conjuntura económica
e financeira mundial.Para terminar, permita-me felicitar a Senhora Embaixadora
pela sua acreditação e desejar que a sua missão seja bem-sucedida, podendo V.
Excelência contar com a total disponibilidade pessoal e institucional do
Presidente da República no desempenho das suas novas funções.
Muito obrigado.
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